quarta-feira, agosto 22, 2012

Philippe Starck na TED Talks

Considero este designer, Philippe Starck, um grande artista contemporâneo. Recordo de ter visto uma exposição sua no Centre Pompidou em 2003, sem saber quem ele era e no entanto fiquei bastante agradado com o que vi. Desde então acompanho algumas notícias sobre este artista, que tem tanto de génio como de louco (cliché). E por vezes arrisca tanto que acaba por fazer figura de urso. Isto é a minha opinião. Mas esta "apresentação" na TED Talks, ocorrida em 2007, com o tema Design and destiny quer tentar nos explicar como o design é parte do ser humano actual, como o design faz de nós génios...enfim, podem ver aqui:


segunda-feira, agosto 20, 2012

A barragem do Tua

O professor universitário Paulo Morais divulgou um texto interessante sobre a barragem do Tua, as causas e as consequências que daí virão. Basicamente esta barragem é tipicamente um espelho do que são os portugueses e Portugal: um país cheio de peneiras e presunção que olha demasiado para um umbigo e tanta impressionar os outros com "grandes" feitos mas que na verdade se percebe muito bem que não passam de vaidade e pirosismo!


por Paulo Morais - Prof Universitário

A construção da Barragem do Tua será trágica para Portugal. Coloca em causa esse património milenar que é o Douro, além de que economicamente é um investimento desastroso para o País. Mas como interessa à EDP, que é um verdadeiro estado dentro do estado, provavelmente irá mesmo avançar.
Ao permitir que se coloque em risco a marca Douro Património Mundial, o governo português envergonha-nos na comunidade internacional. Portugal é referenciado como um dos países que desdenham ou destroem património, como os talibans que no Afeganistão destroçaram os Budas gigantes, ou até como o Mali, onde se demoliram templos milenares. Com a construção da Barragem do Tua, permite-se a depreciação patrimonial duma região demarcada, aliena-se procura turística de altíssima qualidade, desvaloriza-se o Vinho do Porto. Inexplicavelmente, os dirigentes políticos que tantas medidas justificam a troco duma imagem externa positiva de Portugal ficam mudos e quedos perante esta atrocidade.
Ainda por cima, todo este prejuízo é provocado por um negócio calamitoso. A Barragem do Tua é energeticamente inviável, pois a sua capacidade permite a produção hidroeléctrica num reduzidíssimo período anual de pouco mais de um mês. No restante, a actividade predominante deste equipamento será a bombagem de água, com recurso a energia eólica. Esta será subsidiada, paga por todos os consumidores através do défice tarifário incluído na factura de cada lar. Servindo apenas para gerar lucros milionários para a EDP e seus parceiros das eólicas, a Barragem do Tua destrói o Douro para rentabilizar um negócio de ventoinhas.
A decisão de José Sócrates de construir esta hidroeléctrica foi desastrosa. E desastrosa a atitude de Passos Coelho por não ter cancelado todo o projecto.
Até Guterres, conhecido como um governante hesitante, mostrou mais determinação. Impediu a Barragem do Côa, justamente por razões patrimoniais bem menos gravosas do que as que justificam o cancelamento imediato da construção do Tua. No seu tempo, bem ou mal, era o governo que decidia sobre os interesses do País. Hoje parece ser a EDP a decidir sobre a vontade do governo.