quinta-feira, janeiro 11, 2024

A energia da mudança para a nova era de mobilidade

Hoje, veículos elétricos e híbridos podem ser carregados em casa, no trabalho ou na rua, em postos de carregamento públicos. Estes veículos são mais sustentáveis e têm custos de utilização inferiores aos dos modelos convencionais, a gasolina ou diesel.

À medida que a adoção de veículos elétricos continua a aumentar devido às suas vantagens ambientais e à sua relação custo-benefício, a indústria automóvel está a passar por transformações substanciais para responder a esse desafio. Ao mesmo tempo, os responsáveis pelo planeamento urbano e as empresas também estão a avaliar estrategicamente as infraestruturas de carregamento para veículos elétricos.

Estas são as 10 tendências principais que estão a definir o futuro do automóvel e a forma como o iremos usar no dia a dia:

 

1.Eletrificação: a transição para a mobilidade elétrica continua a acelerar e a maioria dos fabricantes de automóveis tem vindo a direcionar os investimentos para as tecnologias de eletrificação. A produção de modelos híbridos e PHEV (híbrido plug-in) vai continuar, mas a indústria automóvel deverá apostar cada vez mais no desenvolvimento de modelos totalmente elétricos (BEV), na inovação das baterias e dos postos de carregamento.

 

2.Mobilidade partilhada: a partilha de veículos já é uma realidade na maioria dos países ocidentais e deve continuar a afirmar-se como uma alternativa mais sustentável e económica. A ONU prevê que, até 2030, aproximadamente 70% da população mundial estará a viver em áreas urbanas. Estima-se que as megacidades produzam efeitos nos padrões de habitação e na mobilidade urbana. Com dezenas de milhões de pessoas a residir em áreas muito densas, o congestionamento de tráfego deverá aumentar e as soluções de mobilidade partilhada serão cada vez mais fundamentais para resolver o problema.

 

3.Condução Autónoma: o desenvolvimento dos veículos autónomos também está a avançar rapidamente e algumas marcas já têm alguns modelos em fase de teste nas vias públicas. Vários projetos-piloto estão a avançar em cidades como Londres, Nova Iorque ou Berlim, cidade onde o primeiro veículo autónomo começou a circular em 2010. Um dos casos práticos mais comuns é o do estacionamento pilotado nos parques de aeroportos, conforme tem vindo a ser demonstrado em várias ocasiões. Ao entrar no parque, o automóvel estaciona por si, depois de encontrar um lugar evitando perdas de tempo para quem tem de apanhar um avião. A convergência da tecnologia de condução autónoma com a dos veículos elétricos vai reinventar a forma como nos deslocamos em meio urbano.

 

4.Conectividade: os avanços nas áreas de computação na cloud, algoritmos de inteligência artificial e machine learning vão impulsionar a conectividade para níveis inéditos. Equipados com sensores e tecnologia avançada, os parques de estacionamento fornecerão dados em tempo real sobre a disponibilidade, a utilização dos postos de carregamento e os níveis de energia disponível na rede. A Internet das Coisas (IoT) vai permitir que os veículos comuniquem entre si e com a infraestrutura rodoviária, passando os veículos a ter capacidade de tomar decisões de forma autónoma. É por isso que muitos especialistas defendem que é imperativo estabelecer códigos de ética para os futuros sistemas de mobilidade autónoma de forma a garantir a máxima segurança, eficiência e controlo.

 

5.Carregamento bidirecional: progressivamente, os veículos elétricos vão passar a dispor da opção de carregamento bidirecional, permitindo que a energia acumulada nas baterias do automóvel seja utilizada para fornecer energia à rede doméstica (Vehicle-to-home ou V2H). Os veículos elétricos também podem devolver energia à rede pública (Vehicle-to-grid ou V2G), funcionando como unidades móveis e descentralizadas de armazenamento de energia. Ao permanecerem parados 95% do tempo, os VE serão capazes de aliviar a pressão sobre a rede elétrica local e regional em horários de maior utilização.

 

6.Inteligência de dados: há quem diga que os novos automóveis são como smartphones gigantes sobre rodas, com espaço para transportar pessoas e mercadorias. De facto, o volume crescente de dados gerados pela utilização dos veículos conectados representa novas oportunidades para a indústria que pode, assim, analisar os comportamentos dos consumidores e perceber como podem ser melhorados os seus produtos e serviços.

 

7.Realidade Aumentada: esta tecnologia já é usada por designers, por consultores de vendas em stands, onde os clientes podem visualizar as opções de configuração e, também, pelos técnicos de manutenção que passam a dispor de um recurso muito eficaz nas oficinas. Para os condutores, a realidade aumentada é uma ferramenta útil que fornece informações em tempo real, como dados de navegação, limites de velocidade no local onde circulam e também detalhes sobre pontos de interesse ou entretenimento ao longo da viagem. A tecnologia dá aos condutores a capacidade de acederem às informações sem tirarem os olhos da estrada, o que torna a condução numa experiência muito mais segura para todos.

 

8.Sustentabilidade: Dados revelam que,  ao longo do seu ciclo de vida, um carro elétrico na Europa produz menos gases com efeito de estufa e poluentes atmosféricos, em comparação com o seu equivalente a gasolina ou diesel. Isso demonstra que a preocupação com a sustentabilidade é cada vez maior na indústria automóvel e as empresas investem cada vez mais em tecnologias limpas e ecológicas, além de privilegiarem o uso de fontes renováveis de energia. Os fabricantes estão empenhados em reduzir a pegada de carbono mediante a adoção de práticas sustentáveis, como o uso de materiais reciclados e o desenvolvimento de motores elétricos mais eficientes. Por exemplo, a impressão 3D está a revolucionar os processos de fabrico ao permitir a produção de peças just in time, reduzindo o desperdício.

 

9.Novos modelos de subscrição: começam a surgir em alguns mercados como uma alternativa à propriedade tradicional do carro, oferecendo maior flexibilidade e conveniência aos consumidores. Algumas marcas já estão a oferecer modalidades de subscrição com valores variáveis, em função dos modelos e do nível de equipamento que o cliente pretende. Com a evolução das tecnologias de mobilidade, chegam também novos modelos de negócio e de financiamento como estes serviços de subscrição que envolvem a contratação do carro como um serviço (Car as a Service).

 

10.Personalização: o avanço tecnológico faz com que os carros se tornem cada vez mais personalizáveis, permitindo adaptar o veículo às necessidades e preferências de cada cliente. A individualização vai criar uma experiência de mobilidade altamente diferenciada para os utilizadores, estimando-se que em 2030 os automóveis ofereçam serviços personalizados, como por exemplo, serviços capazes de reagir em tempo real, ao estado emocional do condutor e passageiros. 


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