É urgente disciplinar a proliferação pelo território nacional do crescente número de observatórios, passadiços, baloiços, pontes, teleféricos e outras formas de alteração da paisagem.
Normalmente localizados em sítios de grande qualidade cénica, estes equipamentos em nada os valorizam e apenas são motivo de degradação, quer por provocarem a concentração de pessoas e viaturas, quer por serem, na maioria dos casos, de implantação e gosto muito duvidosos.
O impacto ambiental destes equipamentos alastra por quilómetros, quer pela alteração da percepção cénica do território, quer pelo ruído, quer pela poluição (lixo), quer pelo aumento de trânsito.
Num país onde o turismo é um dos principais ativos, destruir paisagens é o contrário do que se deseja; não se contempla (nem se fotografa) melhor uma paisagem por se construir um miradouro de ferro, cimento ou madeira, ou se colocar um baloiço.
Valoriza-se uma paisagem com informação, “leitores de paisagem”, centros interpretativos, sinalização de acesso, um ou outro troço de passadiço quando é necessário vencer uma linha de água ou uma depressão do terreno, e outros elementos informativos que ajudem a ver o que, por vezes, escapa ao visitante comum e, pedagogicamente, ajudem a interpretar o território, que é a melhor forma de o valorizar.
A FAPAS – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade recebe, diariamente, queixas provenientes de todo o país por causa de equipamentos deste tipo e fica sem saber o que fazer, para além de chorosos comunicados.
Usamos, acima, como exemplo o miradouro posto a concurso pela Câmara Municipal de Cinfães, mas nada temos de especial contra esta iniciativa, igual a tantas outras, que podem ser apreciadas em: https://www.facebook.com/groups/479258649946701Defendemos a valorização e usufruto turístico de território como forma de desenvolvimento económico das regiões, mas não queremos que o péssimo exemplo do turismo no Algarve alastre a todo o Portugal. Importa, com a máxima urgência, sujeitar este tipo de intervenções a um quadro regulamentar adequado e, para isso, contamos com as entidades competentes do Governo e da Administração. É MESMO URGENTE! Quinta de Chão de Carvalhos, 15/06/2021 Direção FAPAS - Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade fapas@fapas.pt |
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