Este filme, que já passou na SIC, mostra o isolamento que foi atribuído a Trás-os-Montes e às suas gentes por umas bestas que moram na capital. Pessoas simples, humildes que apenas se querem deslocar para ir ao médico, ao mercado, ver a família, enfim passear até, são impedidas e votadas ao esquecimento por meia dúzia de euros que lhes são mostrados por esses agiotas ligados à construção de barragens e produção de energia. O que importa é construir a barragem, nem que para isso seja necessário deixar de fazer manutenção numa linha férrea que durante quase cem anos não teve acidentes graves e em 3 anos (desde a data da decisão para a construção de uma barragem no Tua) ocorreram acidentes no mínimo estranhos, sobretudo por falta de manutenção e que originou a morte de algumas pessoas. E depois ainda vem o Mexia, com uma arrogância e vaidade do tamanho dos tomates de um touro com o cio a mandar postas de pescada ao senhor licenciado em engenharia pela universidade independente, José Sócrates: "...Agora só falta aqui betão.".
O documentário Pare, Escute, Olhe mostra uma realidade que está a acontecer em todo o interior de Portugal . Tudo o que fique para lá de 50km da linha costeira é para deixar ao abandono. Ao mesmo tempo o filme, já premiado em vários festivais internacionais, fez um verdadeiro serviço público, quando andou por várias pequenas salas do país a mostrar o que alguns querem sacrificar em nome do progresso e que talvez a História virá mostrar o tremendo erro que se cometeu. Porque além das pessoas, de uma cultura enraizada e com direito à sobrevivência como qualquer outra, tradições, agricultura é também uma enorme biodiversidade que se perde e será irremediável! O sr. Silva que disse numa campanha recente gostar muito de comboios, deve estar esquecido de quando era primeiro ministro ter decidido rebentar com vários km de linha férrea no interior de Portugal!
Além do blog do Pare, Escute e Olhe, é também possível aceder a um outro site onde se pode enviar um email à cambada que habitualmente durante algumas horas em alguns dias da semana ocupa os bancos da assembleia da republica, vulgo deputados, para mostrar a nossa revolta e indignação sobre a construção de barragens a torto e a direito neste país.
Sem comentários:
Enviar um comentário