Quando pensamos em Natal, vemos luzinhas, presentes, família reunida, muita comida... e Pai Natal. Não nos passa pela cabeça ver Pais Natal (sim, no plural. são vários) moribundos, maus e quase a atingir um estado de zombie...quase! Ainda têm que pedalar um bocado para chegar a este estatuto supremo do cinema. Neste filme, família não existe, só pai e filho e com relacionamentos que atingem quase extremos, de afectividade e severidade, comida só se for o porco que estão a desmembrar para os rigores do Inverno finlandês, mas existem luzinhas e até camisolas de lã típicas da quadra natalícia, o que nos faz lembrar ao de leve o Natal. No final (cuidado com o spoiler), a exportação de Santa Claus para o Zanzibar está demais!
O cinema nórdico (europeu, porque, na verdade, desconheço cinema esquimó) passa por uma fase extraordinária. Filmes com o idioma esquisito da Escandinávia (este é falado em Finlandês e é uma produção que abrange vários países da Escandinávia) são motivo mais que suficiente para me sentar no sofá e saber que vou passar um bom bocado, mesmo sem a companhia das estudantes universitárias da Faculdade de Psicologia de Estocolmo que estão hospedadas num hotel da minha rua.
O caso do In a Better World (2010), da Dinamarca é um bom exemplo. Mas os americanos lá tiveram que copiar uma das maiores sensações cinematográficas escandinavas dos últimos anos, a primeira parte da trilogia Millennium (não tem nada a ver com o banco português que teve a mania que era grande), The Girl with the Dragon Tattoo (2009), ou o título no magnífico sueco: Män som hatar kvinnor. Esta trilogia é fantástica e não fica nada a dever a grandes produções mundiais, leia-se Americanas. Os pormenores são muito importantes nestes três filmes, como se se tratasse de mais uma obra de design nórdico para se colocar na sala de estar.
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