Hoje, veículos elétricos e híbridos podem ser carregados em
casa, no trabalho ou na rua, em postos de carregamento públicos. Estes veículos
são mais sustentáveis e têm custos de utilização inferiores aos dos modelos
convencionais, a gasolina ou diesel.
À medida que a adoção de veículos elétricos continua a
aumentar devido às suas vantagens ambientais e à sua relação custo-benefício, a
indústria automóvel está a passar por transformações substanciais para
responder a esse desafio. Ao mesmo tempo, os responsáveis pelo planeamento
urbano e as empresas também estão a avaliar estrategicamente as infraestruturas
de carregamento para veículos elétricos.
Estas são as 10 tendências principais que estão a definir o
futuro do automóvel e a forma como o iremos usar no dia a dia:
1.Eletrificação: a transição para a mobilidade elétrica
continua a acelerar e a maioria dos fabricantes de automóveis tem vindo a
direcionar os investimentos para as tecnologias de eletrificação. A produção de
modelos híbridos e PHEV (híbrido plug-in) vai continuar, mas a indústria
automóvel deverá apostar cada vez mais no desenvolvimento de modelos totalmente
elétricos (BEV), na inovação das baterias e dos postos de carregamento.
2.Mobilidade partilhada: a partilha de veículos já é uma
realidade na maioria dos países ocidentais e deve continuar a afirmar-se como
uma alternativa mais sustentável e económica. A ONU prevê que, até 2030,
aproximadamente 70% da população mundial estará a viver em áreas urbanas.
Estima-se que as megacidades produzam efeitos nos padrões de habitação e na
mobilidade urbana. Com dezenas de milhões de pessoas a residir em áreas muito
densas, o congestionamento de tráfego deverá aumentar e as soluções de mobilidade
partilhada serão cada vez mais fundamentais para resolver o problema.
3.Condução Autónoma: o desenvolvimento dos veículos
autónomos também está a avançar rapidamente e algumas marcas já têm alguns
modelos em fase de teste nas vias públicas. Vários projetos-piloto estão a
avançar em cidades como Londres, Nova Iorque ou Berlim, cidade onde o primeiro
veículo autónomo começou a circular em 2010. Um dos casos práticos mais comuns
é o do estacionamento pilotado nos parques de aeroportos, conforme tem vindo a
ser demonstrado em várias ocasiões. Ao entrar no parque, o automóvel estaciona
por si, depois de encontrar um lugar evitando perdas de tempo para quem tem de
apanhar um avião. A convergência da tecnologia de condução autónoma com a dos
veículos elétricos vai reinventar a forma como nos deslocamos em meio urbano.
4.Conectividade: os avanços nas áreas de computação na
cloud, algoritmos de inteligência artificial e machine learning vão impulsionar
a conectividade para níveis inéditos. Equipados com sensores e tecnologia
avançada, os parques de estacionamento fornecerão dados em tempo real sobre a
disponibilidade, a utilização dos postos de carregamento e os níveis de energia
disponível na rede. A Internet das Coisas (IoT) vai permitir que os veículos
comuniquem entre si e com a infraestrutura rodoviária, passando os veículos a
ter capacidade de tomar decisões de forma autónoma. É por isso que muitos
especialistas defendem que é imperativo estabelecer códigos de ética para os
futuros sistemas de mobilidade autónoma de forma a garantir a máxima segurança,
eficiência e controlo.
5.Carregamento bidirecional: progressivamente, os veículos
elétricos vão passar a dispor da opção de carregamento bidirecional, permitindo
que a energia acumulada nas baterias do automóvel seja utilizada para fornecer
energia à rede doméstica (Vehicle-to-home ou V2H). Os veículos elétricos também
podem devolver energia à rede pública (Vehicle-to-grid ou V2G), funcionando
como unidades móveis e descentralizadas de armazenamento de energia. Ao
permanecerem parados 95% do tempo, os VE serão capazes de aliviar a pressão
sobre a rede elétrica local e regional em horários de maior utilização.
6.Inteligência de dados: há quem diga que os novos
automóveis são como smartphones gigantes sobre rodas, com espaço para
transportar pessoas e mercadorias. De facto, o volume crescente de dados
gerados pela utilização dos veículos conectados representa novas oportunidades
para a indústria que pode, assim, analisar os comportamentos dos consumidores e
perceber como podem ser melhorados os seus produtos e serviços.
7.Realidade Aumentada: esta tecnologia já é usada por
designers, por consultores de vendas em stands, onde os clientes podem
visualizar as opções de configuração e, também, pelos técnicos de manutenção
que passam a dispor de um recurso muito eficaz nas oficinas. Para os
condutores, a realidade aumentada é uma ferramenta útil que fornece informações
em tempo real, como dados de navegação, limites de velocidade no local onde
circulam e também detalhes sobre pontos de interesse ou entretenimento ao longo
da viagem. A tecnologia dá aos condutores a capacidade de acederem às
informações sem tirarem os olhos da estrada, o que torna a condução numa
experiência muito mais segura para todos.
8.Sustentabilidade: Dados revelam que, ao longo do seu ciclo de vida, um carro
elétrico na Europa produz menos gases com efeito de estufa e poluentes
atmosféricos, em comparação com o seu equivalente a gasolina ou diesel. Isso
demonstra que a preocupação com a sustentabilidade é cada vez maior na
indústria automóvel e as empresas investem cada vez mais em tecnologias limpas
e ecológicas, além de privilegiarem o uso de fontes renováveis de energia. Os
fabricantes estão empenhados em reduzir a pegada de carbono mediante a adoção
de práticas sustentáveis, como o uso de materiais reciclados e o
desenvolvimento de motores elétricos mais eficientes. Por exemplo, a impressão
3D está a revolucionar os processos de fabrico ao permitir a produção de peças
just in time, reduzindo o desperdício.
9.Novos modelos de subscrição: começam a surgir em alguns
mercados como uma alternativa à propriedade tradicional do carro, oferecendo
maior flexibilidade e conveniência aos consumidores. Algumas marcas já estão a
oferecer modalidades de subscrição com valores variáveis, em função dos modelos
e do nível de equipamento que o cliente pretende. Com a evolução das
tecnologias de mobilidade, chegam também novos modelos de negócio e de
financiamento como estes serviços de subscrição que envolvem a contratação do carro
como um serviço (Car as a Service).
10.Personalização: o avanço tecnológico faz com que os
carros se tornem cada vez mais personalizáveis, permitindo adaptar o veículo às
necessidades e preferências de cada cliente. A individualização vai criar uma
experiência de mobilidade altamente diferenciada para os utilizadores,
estimando-se que em 2030 os automóveis ofereçam serviços personalizados, como
por exemplo, serviços capazes de reagir em tempo real, ao estado emocional do
condutor e passageiros.
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