sexta-feira, abril 08, 2011

País de brincar


Vivemos num país de brincar. Desde o 25 de Abril que andámos nesta palhaçada. Após a revolução levámos aí com uns 4 ou 5 anos de verdadeira algazarra que nem o FMI em 1977 conseguiu por cobro, tanto quem em 1983 voltou para ver se punha a malta na linha. Foi tanta a congestão de más políticas, corrupção, manobras políticas de distracção e desenrascanço que hoje estão à vista os resultados - as mesmas famílias, políticas e de sangue, continuam a mandar neste país a seu belo prazer, com algumas excepções par ao bem, como o caso da SONAE, ou para o mal, acerca da recente interferência de governantes angolanos em assuntos importantes para Portugal.

Tenho lido pela blogosfera e jornais portugueses muitos artigos sobre a crise, a entrada do FMI, o atoleiro em que nos encontramos, a incompetência do Sócrates, etc... Obviamente que não consigo, nem quero, ler tudo, mas ainda não vi escrito ou referido algumas coisas que já desde há muito penso estarem mal por cá.

1 - Empresas públicas que dão prejuízo desde sempre (ou desde há mais de 20 anos), como o caso da CP, metro de Lisboa, REFER, RTP, Carris, (mais recentemente a Metro do Porto), têm sempre administradores a ganharem milhões e a fazerem compras excêntricas, como os recentes carros de alta gama comprados pela Carris para os senhores(a) da administração. Das duas uma, ou os governantes, na recente democracia, sempre foram burros e incompetentes ou então deixaram passar até ver onde a coisa ia, com a desculpa que é Serviço Público, que estas empresas prestam e portanto têm uma margem maior de défice. Como não acredito na primeira, penso que fizerem isto de propósito.

2 - Obras públicas custam sempre mais, muito mais, do que aquilo que é adjudicado em concurso público. Desde que me lembro, todas as grandes obras públicas (as pequenas também, mas não são noticiadas) custam mais 50% ou até chegam a ultrapassar os 100% de derrapagem como o caso da Casa da música no Porto, que chega a ser um verdadeiro paradigma das derrapagens das obras públicas em Portugal. E ainda por cima não são concluídas dentro do prazo previsto. A Casa da Música torna a ser exemplo disso, com uma data de conclusão 4 anos depois do previsto. Podem desculpar-se com alterações por causa do terreno, dos passarinhos, dos azulejos da casa de banho, que eu não acredito...my ass!!! Das duas uma, ou os governantes, na recente democracia, sempre foram burros e incompetentes ou então deixaram passar até ver onde a coisa ia, para dar umas obritas aos amigos empreiteiros, com a desculpa a obra representa Progresso para a região/cidade. Como não acredito na primeira, penso que fizerem isto de propósito.

3 - Empregos privilegiados. Fartos de saber estamos nós da balbúrdia que é a Assembleia da República (AR). Deputados que faltam vezes sem conta com justificações estúpidas e sem qualquer valor, mas no entanto aceites (por quem?). Casos de deputados que roubam dispositivos electrónicos que se passeiam impunes como heróis pelos corredores da AR. Por isso, este é um emprego privilegiadíssimo. Os juízes e magistrados, um corpo especial do nosso estado, não pertencente à comum função pública, usa de todos os seus direitos e privilégios, e ainda assim a justiça não funciona. Muitos cidadãos comuns deste país esperam anos!!! pela resolução de conflitos que num normal estado de direito seria resolvido rapidamente. Há histórias absurdas sobre este tema todas as semanas nos noticiários. E ainda vemos colocações, progressões e prémios a pessoas que apenas por razões políticas e/ou familiares tiveram direito a elas! Das duas uma, ou os governantes, na recente democracia, sempre foram burros e incompetentes ou então lá vão encaixando os boys, os primos, os tios nos lugares de directores e gestores, de nomeação política, alegando a confiança política nestas pessoas! Como não acredito na primeira, penso que fizerem isto de propósito.

Se houver incorrecções no texto supra mencionado, podem fazer o favor de dizer que depois de verificadas as fontes, será emendado.

Até lá continuem a brincar com portugueses no papel de legos.

Sem comentários:

Enviar um comentário