sexta-feira, abril 30, 2021

Crise de escassez de chips

 The Straits Times relata que a escassez global de semicondutores está a levantar preocupações em todas as indústrias tecnológicas, com um impacto muito negativo no lançamento de produtos. Os fabricantes de automóveis e os fabricantes de PCs estão a prever alguma desaceleração na produção. A falta de chips é causada por interrupções devido à pandemia e problemas de produção nas fábricas. Pat Gelsinger, CEO da Intel, diz que “inúmeros aspectos da atividade humana passam-se agora online, e tudo isso depende de semicondutores”. 





quarta-feira, abril 28, 2021

Google Takeout

Hoje, parece que estamos mais preocupados com a nossa privacidade. Ainda assim usamos mais que nunca aplicações digitais, formulários online, assinatura de newsletters onde submetemos os nossos dados a empresas, algumas obrigadas legalmente ao tratamento de dados pessoais segundo o RGPD mas, a maior parte não, uma vez que se encontram fora da UE. 

Um dos maiores gigantes digitais é sem dúvida a Google. Até pelo número de aplicações que nos "oferece" com um único registo. Contudo, é possível visualizar os nossos dados, informações, ficheiros através do Google Takeout e através desta aplicação do Google (outra!) descarregar para o computador, eliminar os dados das várias plataformas. Torna-se muito útil, se não quisermos mais as nossas informações naquela app ou, simplesmente se necessitarmos de espaço na conta Google e quisermos fazer o download dos dados para libertar. O Takeout é muito fácil de usar, não é necessário novo registo (óbvio) e permite uma manutenção activa e constante de toda a conta.








quinta-feira, abril 22, 2021

Dia da Terra

 Hoje, 22 de Abril, quando se assinala mais um Dia da Terra, sugiro este site/plataforma com muita informação sobre como preservarmos o nosso planeta - https://www.earthday.org/



terça-feira, abril 13, 2021

Campanha pela liberdade de acesso à criptografia forte extremo a extremo

Na sequência das iniciativas que temos vindo a tomar para alertar a opinião pública contra as anunciadas tentativas de impor limites à utilização, pelo público e as empresas, de criptografia forte na Internet, na União Europeia:

  • Os Euro-deputados Portugueses João Ferreira por um lado, e Maria Manuel Leitão Marques, Carlos Zorrinho e Isabel Carvalhais por outro, dirigiram perguntas à Comissão Europeia no sentido de esta esclarecer as suas intenções no que concerne ao uso livre da criptografia na UE.
  • Sete associações resolveram enviar ao Primeiro-Ministro e Presidente em exercício do Conselho da União Europeia, uma carta aberta.

A carta aberta, que a seguir se transcreve, foi também publicada pelo Jornal Público.


À Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia  em 2021

Caro Primeiro-Ministro, António Costa,

Escrevemos-lhe para partilhar as nossas preocupações sobre as consequências que poderão resultar do que parece ser uma nova orientação da União Europeia sobre a utilização da criptografia digital para fins civis, tanto no que respeita aos direitos e garantias dos cidadãos, como no retrocesso dos progressos feitos para uma transição digital, assim como nas suas consequências.

Sob o argumento que importa combater o crime organizado e a ameaça terrorista, o Conselho da União Europeia (CUE), na sua nota de 24.11.2020, assim como a Comissão Europeia (CE), no seu comunicado de 9.12.2020, afirmam a intenção de vir a regulamentar o uso de criptografia nas comunicações digitais com o objectivo de, quando para isso mandatados pela justiça poderem as autoridades policiais “ler” as comunicações cifradas. Ora importa ter presente os seguintes factos quando se considera tal intenção:

  1. As primitivas criptográficas hoje disponíveis não permitem que sejam satisfeitos os objectivos referidos por CUE e CE sem que sejam postas em causa as garantias que os actuais protocolos oferecem.
  2. Sem novas (e improváveis) primitivas criptográficas, a única forma de satisfazer os propósitos expressos por CUE e CE terá que passar pelo enfraquecimento dos sistemas criptográficos existentes. Não é razoável esperar que tal enfraquecimento voluntário da criptografia usada não pudesse ser aproveitado para quebrar a sua utilização, portanto facilitando um outro conjunto de acções criminosas. Isto iria abalar drasticamente a confiança pública na utilização da rede de comunicação digital o que poderia ter consequências dramáticas para uma economia, como a de hoje, fortemente assente nas transacções digitais.
  3. Não chega que existam sistemas criptográficos que tenham tal característica,  é necessário também que os actuais sistemas deixem de ser usados. A única forma de tal se alcançar seria a de proibir o uso de sistemas criptográficos tradicionais, o que afectará somente o cidadão comum, sem beliscar as práticas criminosas.
  4. Qualquer “solução” que passe por alterar o comportamento das peças de software com vista aos mesmos objetivos (a criação de “backdoors”) traduzir-se-á na constituição de ainda maiores vulnerabilidades e ainda piores resultados para a segurança dos sistemas e consequentemente factores para a diminuição da confiança dos utilizadores em meios digitais.
  5. Há actos e contextos que o nosso edifício jurídico não admite que sejam escrutináveis, nem sob mandato judicial. Esta nova ordem criptográfica agora proposta teria, portanto, que classificar os cidadãos entre os que poderiam usar criptografia forte de forma legal e os outros que teriam que cometer um crime para o fazer.

Os subscritores alertam que, a ser prosseguida esta linha de regulamentar de forma canhestra o uso de criptografia, desta resultará:

  • Não se ganhar qualquer eficácia no combate aos crimes que se diz querer evitar pois, como se viu, não é possível impedir a utilização de criptografia alternativa. 
  • A criminalização, em contrapartida, de um grande conjunto de acções até agora tomadas como legítimas e justificáveis.
  • Atentar contra a confiança pública, entretanto construída nas comunicações digitais assim como o seu uso generalizado, pondo em risco o equilíbrio de uma economia digital cuja importância hoje é considerável. 
  • Uma dramática redução das garantias dadas ao cidadão comum acerca do seu direito à privacidade.
  • A promoção duma situação que pode constituir terreno fértil ao desenvolvimento de regimes de forte controlo das populações em detrimento das suas liberdades democráticas. 

Os signatários,

Eduardo Santos, Presidente da Associação D3 – Defesa dos Direitos Digitais

José Rebelo, Presidente da Associação de Estudos Comunicação e Jornalismo (AECJ)

Marcos Marado, Vice-Presidente da Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL)

Maria Helena Monteiro, Presidente da Associação Para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI)

Ana Alves Pereira, Presidente da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas, Profissionais da Informação e Documentação

Jorge Pinto, Presidente da Associação Portuguesa para a Promoção da Segurança da Informação (AP2SI)

José Legatheaux Martins, Presidente do Capítulo Português da Internet Society (ISOC PT)

31/3/2021

sexta-feira, abril 09, 2021

IA do Google escreve nova música dos Nirvana

A Inteligência Artificial (IA) dos nossos dias há muito que ultrapassou a ficção do filme com o mesmo nome (A.I. no inglês). Soubemos agora, que os motores de IA do Google conseguiram criar uma nova música associada aos Nirvana - Drowned in the Sun - , banda mítica dos anos 90. Ou mais correctamente, uma música criada com base numa rede neural treinada na discografia dos Nirvana. A canção foi escrita como parte de um álbum chamado Lost Tapes of the 27 Club, um projeto realizado por uma organização sediada em Toronto chamada Over the Bridge com foco na saúde mental na indústria musical.

 

A rede neural encontrou padrões nesses diferentes componentes e controlou-os suficientemente para que, ao receber algumas notas para começar, pudesse usar esses mesmos padrões para prever o que viria a seguir; neste caso, acordes e melodias que parecem ter sido escritos por Kurt Cobain! Na verdade, foram dois motores de IA que compuseram a canção (como tantas vezes acontece na vida real). Uma IA escreveu a música, mas uma rede neural diferente escreveu as letras (usando essencialmente o mesmo processo da primeira), isto tudo com a estreita colaboração de técnicos e engenheiros... humanos.